Em mensagem recente, o Estado Islâmico (também conhecido como EI, Isis ou Isil) ameaçou invadir Portugal e Espanha para “reaver” aqueles territórios, conquistados em 711 pelos muçulmanos e ocupados, total ou parcialmente, até 1492.
Já vi mais de uma vez, na Internet, pessoas sugerindo que a Ibéria deveria ser “devolvida” aos árabes.
Que tolice descomunal! Devolvê-la a quem e por quê?
Então não havia ninguém lá quando os exércitos comandados por Tarik invadiram a península? Não estavam lá os descendentes dos ibéricos, fenícios, cartagineses, gregos, celtas, romanos e visigodos, chegados lá antes?
Ou será que a Ibéria era sem forma e vazia, e o espírito de Deus pairava sobre as águas do Ebro?
Aliás, os romanos são ancestrais também dos franceses, italianos e romenos; os visigodos são primos dos ostrogodos, ancestrais dos alemães. Por que não repartir Portugal e Espanha entre França, Itália, Romênia e Alemanha?
A população ibérica de hoje é, também, descendente de árabes que lá permaneceram após a conquista gradual dos reinos árabes, califados e taifas, pelas monarquias cristãs.
A combinação de politicamente correto equivocado, coitadismo extremado, consciência pesada e desconhecimento da história resulta em ideias estultas como esta de “devolver” as Espanhas aos povos muçulmanos.
E muita gente ainda dirá que o Estado Islâmico está certo em “reivindicações” desse tipo.
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