sábado, 17 de outubro de 2015

Janusz Korczak

"Korczak e as Crianças do Gueto", escultura de Boris Saktsier (Museu do Holocausto, Yad Vashem, Jerusalém, Israel), fotografada por Berthold Werner (Fonte: Wikipedia).
O Dia do Professor veio e passou. Eu não ia publicar nada sobre isso, já que a Internet e as redes sociais se encheram de publicações diversas, muitas delas melosas e algumas até jocosas, sobre educação, professores, escolas etc. Mas hoje me lembrei da história de uma figura heroica, lendária até: Janusz Korczak, pedagogo judeu polonês que pereceu no campo de concentração de Treblinka em 1942.
Não vou discorrer sobre a obra de Korczak, pois não sou professor nem pedagogo; nem vou contar a história de sua vida, pois o artigo sobre ele na Wikipedia (inclusive em português) apresenta bastante informação.
Mas os fatos que lhe ocorreram no fim da vida valem uma reflexão.
Ao ser confinado no infame Gueto de Varsóvia, Janusz Korczak era já um pedagogo, professor e escritor reconhecido e respeitado, autor de 24 livros e cerca de 1.400 textos publicados em revistas. Editou periódicos e teve programa no rádio. Em 1937, pelo conjunto de sua obra, foi laureado com um prêmio da Academia Polonesa de Literatura. Um currículo que causaria inveja numa lista de indicados ao Prêmio Nobel, mas que de nada lhe valeu contra a crueldade da guerra.
No gueto, Korczak e outros professores eram responsáveis por cerca de 200 crianças órfãs.
Em 5 ou 6 de agosto de 1942, o Gueto de Varsóvia foi evacuado pelos alemães e Korczak se recusou a fugir, pois não queria abandonar as crianças. Ele e seus colaboradores permaneceram com elas até o fim. Korczak ficou ao lado de suas crianças, com elas foi deportado a Treblinka e com elas pereceu.
Morreu fiel àquilo que defendeu por toda a vida.
Glória imortal à memória de Janusz Korczak e daqueles, famosos ou anônimos, que trataram e tratam a educação como coisa séria!
E vergonha, execração, anátema a todos aqueles que, principalmente no Brasil, transformaram a educação em caso de polícia...

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